Capaz / Capaz; 1983; 70x102cm; tinta acrílica sobre lona – Foto: Sergio Guerini / © Projeto Leonilson

 

QUEM SOMOS

 

O Projeto Leonilson é a instituição cultural considerada como centro de referência da vida e obra do artista José Leonilson.
 
 

A Sociedade Amigos do Projeto Leonilson é uma sociedade civil sem fins lucrativos, fundada oficialmente em 1995 por familiares e amigos do artista. O Projeto Leonilson, no entanto, começou funcionar em 1993, poucos meses após o falecimento de Leonilson. Surgiu com a missão de manter viva a memória do artista por meio da pesquisa, catalogação e divulgação de sua obra, contextualizando-a no cenário histórico-cultural brasileiro e internacional. 

O Projeto Leonilson procura cercar-se de colaboradores e profissionais especializados em cada área de atuação e também de pessoas dedicadas e apaixonadas pela causa do artista e da instituição. Dentro do contexto cultural e da abrangência da arte contemporânea, respeitando as limitações de recursos disponíveis, busca adaptar metodologias e procedimentos, criando padrões de catalogação e processos a fim de atender seus objetivos de maneira plena, prática e precisa.

O trabalho de pesquisa e catalogação de vida e obra de Leonilson é constante. A partir do momento que o Projeto Leonilson conseguiu reunir um corpo significativo de registros, o trabalho de atualização de informações passou a ser parte importante das atividades desenvolvidas. A evolução dos meios de comunicação e o avanço das tecnologias facilitaram o acesso às instituições, museus e coleções nacionais e internacionais; frequentemente surgem novos colecionadores, dados e informações adicionais a serem cadastradas. 

Desde sua criação, o Projeto Leonilson já catalogou cerca de 3.800 trabalhos entre desenhos, pinturas, bordados, esculturas, gravuras, assemblage e colagens, garatujas, estudos e projetos atribuídos ao artista, distribuídos em aproximadamente 550 coleções, públicas e privadas. Possui registro de cerca de 900 exposições e eventos, e mais de 5.000 itens bibliográficos e documentais.

Importância do acervo

O Projeto Leonilson possui um acervo múltiplo: artístico, biográfico, bibliográfico, pessoal e documental, que conta com os mais diversos itens e peças que testemunham não só a trajetória do artista, mas o período em que viveu e a singularidade social, política e cultural dos anos 1980 e 1990.

As obras de Leonilson alcançaram grande reconhecimento artístico no universo das artes, o que justifica sua inserção em importantes museus e coleções de arte em todo o mundo, as inúmeras exposições em que figuram e as bibliografias dedicadas ao artista. São consideradas fundamentais para a compreensão da arte realizada no Brasil na década de 80, podendo ser tomadas como registro da visualidade e das práticas de uma geração.

As obras pertencentes à família do artista e todo o seu arquivo pessoal foram reunidos em coleção entregues à guarda do Projeto Leonilson, para que fossem devidamente pesquisadas, catalogadas, acondicionadas e conservadas.

O arquivo pessoal desvenda a genética da obra do artista, seus procedimentos, experimentos artísticos e o desenvolvimento de seu trabalho. Apura sua trajetória, que, ao cruzar-se com a de outros artistas e profissionais do meio, possibilita uma melhor compreensão do momento histórico-cultural brasileiro da época: a celebração da democracia, o resgate do prazer da pintura, o surgimento de novos conceitos e tendências, novos comportamentos e caminhos, o crescimento da importância e do número de galerias, centros culturais, museus e a internacionalização da cultura.

O acervo artístico, depositado na instituição, reúne em um só lugar, um corpo de obra variado e coeso, que permite um conhecimento profundo da amplitude da produção do artista e seu processo criativo.

O Projeto Leonilson possui também um vasto arquivo documental, impresso e digital, resultado do trabalho de pesquisa e catalogação das obras, exposições, eventos e bibliografia relacionada ao artista. Este arquivo possui informações desde o início da carreira do Leonilson até os dias atuais.

Por sua completude e diversidade, o acervo do Projeto Leonilson tem sido objeto de estudo e servido de fonte primária a pesquisadores das mais diversas extrações, estudantes, professores, universitários, intelectuais e curadores.

Apoios, patrocínios e parcerias

Desde sua criação o Projeto Leonilson vem realizando diversas parcerias com o intuito de expandir seu campo de atuação e realizar, com excelência e propriedade, o desenvolvimento de suas atividades.

Em 1995, celebrando a oficialização da Sociedade Amigos do Projeto Leonilson, e como reflexo e resultado das pesquisas iniciais, a instituição organizou, em parceria com o SESI, a exposição Leonilson: São tantas as verdades, na Galeria de Arte do SESI, em São Paulo, configurando como a maior exposição individual do artista até aquele momento. A mostra foi acompanhada do lançamento do primeiro livro sobre o artista, de título hormônio a exposição, com autoria de Lisette Lagnado, responsável, também, pela curadoria da exposição. A mostra itinerou pelas cidades do Rio de Janeiro (1996) e Belo Horizonte (1997).

No período de 1997 e 1998, O Projeto Leonilson obteve seu primeiro projeto aprovado em edital por meio da Secretaria de Cultura do Estado e São Paulo e verba via LINC (Lei de Incentivo à Cultura), realizou o registro fotográfico profissional de parte significativa de obras do artista. O patrocínio possibilitou, também, a contratação temporária de profissionais para catalogação e acompanhamento das obras fotografadas, bem como a aquisição de equipamentos de informática e museologia para adequação do espaço físico da sede. 

Entre os anos de 1999 e 2003, estabeleceu parceria com o Instituto Itaú Cultural para a realização de fotos profissionais das obras que faltavam registros, a digitalização dos cromos e tratamento das imagens das obras com finalidade de gerar arquivo digital em alta resolução.

Em 2006 atuou de maneira intensa nas reivindicações junto a prefeitura municipal de Fortaleza pela restauração da única obra pública do artista, torre na praia, localizada na Praia de Iracema, em Fortaleza, CE. O restauro da obra foi festejado em um evento aberto ao público com lançamento do livreto com textos sobre o histórico, importância e restauração da obra.

A parceria com o Instituto Itaú Cultural foi retomada no ano de 2010 para finalizar os trabalhos de digitalização e fotos profissionais de obras, incluindo, nesta etapa, os objetos do arquivo pessoal, agendas e cadernos, correspondências, textos autorais e parte da bibliografia sobre o artista (artigos em periódicos, livros e catálogos). O retorno dessa parceria foi celebrado com a exposição retrospectiva e itinerante Sob o peso dos meus amores, realizada em 2011 no Instituto Itaú Cultural, São Paulo, em 2012 na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, e da produção do curta de título homônimo, dirigido por Carlos Nader. Essa parceria estendeu-se até o ano de 2013.

Em parceria com editoras publicou os livros: Leonilson: são tantas as verdades, de Lisette Lagnado (1ª ed., São Paulo: Sesi/Projeto Leonilson, 1995. / 2ª ed., São Paulo: DBA/Melhoramentos/Projeto Leonilson, 1998), e Use, é lindo, eu garanto, com textos de Ivo Mesquita e Bárbara Gancia (1ª ed., São Paulo: Cosac & Naify/Projeto Leonilson, 1997. / 2ª ed., 2006), Leonilson: o gigante com flores, de Renata Sant’Anna e Valquíria Prates (São Paulo: Paulinas, 2007).

Apoiou a realização dos curta-metragens Com o oceano inteiro para nadar, de Karen Harley, produzido pela RioArte, em 1997; Sob o peso dos meus amores (2011) com diração de Carlos Nader; os documentários O legado de Leonilson e Tantas as verdades, ambos de Cacá Vicalvi, produzidos pela Documenta Vídeo Brasil, em 2003; e do longa-metragem A paixão de JL, em 2015, de direção de Carlos Nader e produção do Itaú Cultural.

Em 2014 recebeu patrocínio direto da Fundação Edson Queiroz para a organização, produção e realização do catálogo raisonné do Leonilson, um dos grandes objetivos da instituição desde sua formação. O catálogo, primeira publicação deste porte e importância dedicada a um artista brasiliero falecido, foi publicado em 2017.